segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Mau Olhado, Olho Gordo e Inveja.

 



Somos pura energia abrigada em um templo sensível; o nosso corpo. O mau olhado, o olho gordo e inveja podem nos afetar assim como as plantas e os animais.

“Os olhos são a expressão da alma” já diziam os antigos. Os olhos são órgãos sagrados,
capazes de potencializar energias e intensificar o poder dos pensamentos e a vibração do espírito.
 
 
 Os olhos emitem assim energias positivas que curam quando as pessoas têm uma mediunidade desenvolvida e energias negativas como o olho gordo e inveja para aqueles de espírito vulgar, que querem ver definhar o que está florescendo.

O “olho gordo” é a canalização, através dos olhos de alguém muito sensível capaz de emitir energias destrutivas, através de uma energia interna gerada pelo desejo de possuir o que é dos outros, pela inveja.
 
 
Como funciona o olho gordo e inveja?

Não há como não associar a inveja ao mau olhado e ao olho gordo, pois são suas irmãs, sua consequência imediata.
Quando uma pessoa sente que não pode ter algo, seja alcançar um grau espiritual, uma certa riqueza material, a felicidade no amor que só o outro tem, a inveja começa a corroer a sua alma.


O espírito do invejoso lança olhares de maldade, pelo olho que tudo vê, pela terceira visão (mau olhado) e começa a desejar que aquilo que está vendo definhe (olho gordo), tudo movido pelo mesmo veneno chamado inveja.

Para os leigos pode consumir muita energia e esforço para se livrar desses fenômenos que minam nossa energia e nos fazem sentir cansados depois de uma longa noite de sono.


Pode fazer aparecer repentinamente um peso nos ombros como se estivéssemos carregando o mundo as nossas costas. Bocejos intermináveis surgem do nada. Então por causa do mau olhado e olho gordo até acidentes com muitas perdas, ruína financeira ou a separação sem explicação de um amor que era um mar de rosas e transforma-se em uma tempestade feroz pelo olho gordo de alguém.

Texto: Raízes Espirituais


As forças da inveja.
 
Agem como forças vampíricas, sugando as energias vitais da vítima; minando o corpo físico e espiritual, chegando ao esgotamento mental. Costumam agir sem serem percebidas, causando embaraço... A inveja é a primeira porta a ser aberta, derivando os outros males. Geralmente ela não vem sozinha, esta acompanhada do mal olhado, olho gordo; da cobiça, mentira, falsidade, praga soprada; de sortilégios, urucubaca...

Portanto, não existe “inveja boa” como dizem alguns por aí:



- Fulano... amigo (a).  “Eu tenho inveja boa de você.”    











A inveja força negativa destruidora, também causa obsessão, aonde o obsidiado chega há um momento que deixa de ser ele mesmo para ser o obsessor; trocando assim de lugar com a vítima que torna-se hospedeira. “Quem é morto fica vivo, quem é vivo torna-se morto”, possuído.

O possessor para deixar de sentir o corpo astral frio e voltar ter o corpo carnal quente e gozar os prazeres
mundanos, corromper, cometer atrocidades, malefícios...
















"Onde há inveja, nada próspera."




Por causa da inveja:

 
Os anjos descaíram.

No Paraíso a criação de Deus corrompida.

Cain matou Abel, o seu próprio sangue.

Jesus Cristo traído, humilhado, padeceu na cruz.
 
A humanidade condenada à expiação terrestre.

Texto: C.L.




segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Ciência e Religião



Einstein disse:

"NÃO É POSSÍVEL CIÊNCIA SEM RELIGIÃO", veja porque...
 
Eu concordo, não porque foi considerado o gênio do século, mas que várias situações levam a isso, quer sejam, a constatação que a experiência, os testemunhos e resultados apurados através de pessoas que alteram seu comportamento, a nível de melhoria na saúde, disposição, energia, sistema nervoso, otimismo, caminhos e objetivos materiais, enfim em várias áreas, quando recorrem à situações que as religiões propiciam, quer seja por alguma conduta ritual, um ato de fé, um procedimento de oração,  meditação, conscientização, pedido de perdão, amor verdadeiro, arrependimento... 


O inverso também é verdadeiro, a pessoa atingida por uma carga/energia negativa, inveja, sentimento negativo, magia, egun (espírito desencarnado com problemas quando em vida), ambiental... Tem o procedimento inverso, queda ou não melhoria da saúde, na vida pessoal, no trabalho, energia, sistema nervoso alterado com angústias e depressões... Quase que tudo ao mesmo tempo, parece que o mundo desaba sobre a cabeça e a vida desta pessoa.

Percebe-se que estas energias não transitam num sistema conhecido de tempo e espaço, mas por planos "paralelos", como? Ora, uma magia com forte energia negativa (magia para o mal, inveja...) ou positiva (magia para o bem, oração, ato de fé...) é emitida em um local, e o efeito é sentido em outro local, às vezes muito ou pouco distantes, isto não influi, em tempo diferentes e incertos, quer sejam para o mal ou para o bem (curas...) prova que para estes tipos de energias não existe este nosso conceito de tempo e espaço.



                           
A filosofia da China antiga é que o corpo humano tem o poder de se auto curar, desde que haja equilíbrio harmônico de todos os órgãos internos, além da situação de fé e equilíbrio espiritual.
O Egito antigo por outro lado tem em sua filosofia a utilização de energias para seu benefício, das pirâmides, de diversos elementos símbolos, e sua fé e crença no esotérico, no espiritual...





No Candomblé existe o axé, energia pura, elemento central para soluções, espirituais ou materiais.

Penso cada vez mais que quando executamos um procedimento ritualístico, que através dos elementos portadores de axé, geram uma energia, e o corpo humano, através de um processo interno, faz ou deixa de fazer, a produção de elementos/produtos necessários a auto cura ou mesmo manutenção de estabilidade, exemplos:

Serotonina, adrenalina e outros tantos que desconheço por não ser minha área e estes elementos produzidos a mais ou deixados de produzir, que levarão o indivíduo ao malefício ou benefício físico que proporciona a doença ou a cura, a medicina inteligentemente chama de doenças com origem psicossomáticas, não deixa de ser por ter origem em nosso cérebro (em seu todo, glândulas, etc.) grande emissor destes elementos que equilibram ou desequilibram nossa saúde física e mental.

Conclusão:
Energia é ciência, fé é religião, religião gera energia que gera cura e melhorias, que por sua vez é ciência.

Einstein já dizia que não é possível a ciência sem a religião, uma crença e vice versa, a religião sem a ciência/medicina. Ciência e religião são natureza.

Os orixás são natureza pura. Em algum instante, percebemos isto, quando uma criança cai febril, só rezar poderá não resolver, um simples analgésico pode lhe salvar da morte, isto mostra que a religião precisa da ciência e vice-versa, quando lhe é administrado um remédio e o mesmo não cumpre sua função, observamos que quando acompanhado de um procedimento ritualístico ou ato de fé, a cura se processa, a interação da religião com a ciência.

PS: Esta situação exposta é um pensamento e postura totalmente pessoal.

Texto: Fernando Oli. Perna.



quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A Lenda da Riqueza de Obará



Eram dezesseis irmãos, Okaram, Megioko, Etaogunda, Yorossum, Oxé, Odí, Edjioenile, Ossá, Ofum, Owarin, Edjilaxebora, Ogilaban, Iká, Obetagunda, Alafia e Obará. Entre todos Obará era o mais pobre, vivendo em uma casinha de palha no meio da floresta, com sua vida humilde e simples.
Um dia os irmãos foram fazer a visita anual ao babalaô para fazer suas consultas, e prontamente o babalaô perguntou:

- Onde está o irmão mais pobre?

Os outros irmãos disseram-lhe que havia se adoentado e não poderia comparecer, mas na verdade eles tinham vergonha do irmão pobre. Como era de costume o babalaô presenteou a cada irmão com uma lembrança, simples, mas de coração e após a consulta foram todos a caminho de casa. Enquanto caminhavam, maldiziam o presente dado pelo babalaô. Morangas? Isso é presente que se dê? Abóboras?
A noite se aproximava e a casa de Obará estava perto, resolveram então passar a noite lá. Chegando a casa do irmão, todos entraram e foram muito bem recebidos, Obará pediu a esposa que preparasse comida e bebida a todos e acabaram com tudo o que havia para comer na casa. O dia raiando os irmãos foram embora sem agradecer, mas antes lhe deixaram as abóboras como presente, pois se negavam a come-las.

Na hora do almoço, a esposa de Obará lhe disse que não havia mais nada o que comer, apenas as abóboras que não estavam boas, mas Obará pediu-lhe que as fizesse assim mesmo.


Quando abriram as abóboras, dentro delas haviam várias riquezas em ouro e pedras preciosas e Obará prosperou.

Tempos depois, os irmãos de Obará passavam por tempos de miséria e foram ao Babalaô para tentar resolver a situação, ao chegar lá escutaram a multidão saldando um príncipe em seu cavalo branco e muitos servos em sua comitiva entrando na cidade, quando olharam para o príncipe perceberam que era seu irmão Obará e perguntaram ao Babalaô como poderia ser possível e ele respondeu:
- Lembram-se das abóboras que vos dei, dentro haviam riquezas em pedras e ouro; mas a vaidade e orgulho não vos deixaram ver e hoje quem era o mais pobre tornou-se o mais rico.
Foram então os irmãos ao palácio de Obará para tentar recuperar as abóboras e lá chegando, disseram a Obará que lhes devolvessem as Abóboras e Obará assim o fez, mas antes esvaziou todas e disse:

- Eis aqui meus irmãos, as abóboras que me deram para comer, agora são vocês que as comerão.

E quando o babalaô em visita ao palácio de Obará, lhe disse:

- "Enquanto não revelares o que tens, tu sempre terás."

E foi assim que se explica o motivo que quem carrega este Odú não pode revelar o que tem pois corre o risco de perder tudo, como os irmãos de Obará.




Texto: Autor desconhecido. 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

GLOSSÁRIO - Iorubá



A

 

Abó = Liquido sagrado feito com ervas e ingredientes secretos, destinado a curas, banhos de purificação e cruzamentos de guias contra Kiumbas e banir todo tipo de vibrações perturbadoras.

 

Ade = Termo designado em especial os efeminados (nos candomblés) e genericamente; os homossexuais masculinos.

 

Abiã = Novato. Indivíduo que ainda não passou pela cerimônia de iniciação, propriamente dita; mas que já "deu" (realizou) o bori pré-iniciático.

 

Agibonã = Mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.

 

Axogun = Ogã responsável pelo sacrifício dos animais. (não entram em transe).

 

Alagbê = Responsável pelos atabaques e pelos toques. (não entram em transe).

 

Adjá = Sineta ritual, com uma, duas, ou mais campânulas.

 

Amaci = Banho ritual, feito de ervas.

 

Ariaxé = Ponto central do barracão do terreiro, onde se encontram enterrados os "fundamentos" (folhas, pedras, objetos e símbolos mágicos).

 

Axé = Energia vital, sagrada, do orixá. Força espiritual. A força que está nos elementos da natureza, como animais, plantas, sementes e outros.

 

Agô = Permissão ou licença.

 

Ajeum = Comida oferecida.

 

Ayê = Terra.

 

Alá = Pano branco.

 

 

 

B

 

Babalawô = Pai do segredo. Sacerdote culto especialista em artes divinatórias. Homem sábio religioso dedicado a Mesa Ifá. 

 

Babá = Pai.

 

Babalorixá = Pai-de-santo.

 

Babakekerê = Pai pequeno, segundo sacerdote.

 

Balé = Espírito de morto; egun.

 

Barco = Conjunto de pessoas iniciadas no mesmo dia, pelo mesmo pai-de-santo, na mesma casa.

 

Bolar no santo = Forma preliminar e desordenada de transe que precede a iniciação.

 

Bori = Ritual de "dar comida à cabeça", realizado antes da iniciação e também quando é necessário fortalecê-la por alguma razão.

 

Brajá = Colar de contas feito de vários fios, truncado a certos intervalos conforme a numerologia dos orixás. É usado apenas por ebomis e símbolo de prestígio no candomblé. Também é chamado de elekê.

 

 

 

D

 

Decá = Espécie de autorização que legitima a senioridade, podendo o iniciado, a partir do seu recebimento, considerar-se um pai ou mãe-de-santo, estando apto a iniciar novos adeptos.

 

Dijina = Verdadeiro nome de um Orixá, mais exato do que seu nome exotérico.

 

 

 

E

 

Ewá = Orixá do Rio Ewá.

 

Exu = Orixá guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas, mensageiro.

 

Egbomi = Pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).

 

Ekede ou Ajoiê = Camareira do Orixá (não entram em transe).

 

Egungun = Ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.

 

Egun = Morto; balé.

 

Ebó = Descarrego de más influências; limpeza espiritual.

 

Ebomi = Título de senioridade que se dá a quem já tenha dado a "obrigação" de sete anos.

 

Erê = Criança.

 

Ejé = Sangue.

 

 

 

F

 

Funfun = Branco.

 

Ferramentas = Insígnias que os orixás trazem nas mãos como símbolo de sua identidade mítica.

 

 

 

I

 

Iyá = Mãe.

 

Iyálorixá = Mae-de-santo. 

 

Ibá = Representação material do orixá da pessoa. Contem os otás (pedras onde é "fixado" o orixá) e os ferros que os representam. O assentamento também contém as insígnias principais dos orixás, moedas, búzios e os utensílios utilizados.

 

Ilá = Grito característico e identificador de cada orixá, sendo único para cada um.

 

Ilê = Casa, terreiro.

 

Iabá = Orixá feminino.

 

Iatebexê = Cargo feminino, geralmente dado a uma ekede, que tem como função cantar para os orixás, no barracão ou fora dele.

 

Iyakekerê = Mãe pequena, segunda sacerdotisa.

 

Iyalaxé = Cuida dos objetos ritual.

 

Iyabassê = Responsável pela preparação das comidas-de-santo.

 

Iaô = Filho-de-santo (que já incorpora Orixás).

 

Ifá ou Orunmila-Ifa = Ifá é o porta-voz de Orunmila. Orixá da Adivinhação e do destino.

 

Ifé = Cidade nigeriana e centro religioso dos Iorubás.

 

Ikú = Morte.

 

Iansã ou Oyá = Orixá dos ventos, relâmpagos, tempestade e do Rio Niger.

 

Iemanjá = Orixá dos mares e fertilidade.

 

Irôco = Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).

 

Iná = Fogo, luz.

 

 

K

 

kelê = Colar que se amarra ao pescoço do iaô durante a iniciação e que permanece assim por três meses, conhecidos como período de kelê.

 

Kiumbas = Espíritos perturbadores de pessoas mortas que foram más durante a vida, tais como assassinos, estupradores, impostores, etc. Com séria intenção de fazer o mal.

 

 

 

L

 

Logunedé = Orixá jovem da caça e da pesca.

 

 

 

M

 

Màrìwò = As folhas desfiadas do dendezeiro que guarnecem as entradas de uma casa-de-santo contra os egún.

 

 

 

N

 

Nação = Rito religioso identificado às práticas das etnias de origem africana que foram trazidas ao Brasil.

 

Nanã = Orixá dos pântanos e morte.

 

 

 

O

 

Obrigação = nome que se dá às confirmações da iniciação (de dois em dois anos, existindo obrigação de 1,3,5,7 anos e, depois, quando se tiver condições de dar).

 

Omi = água.

 

Omó = filho.

 

Opelê ifá = Instrumento oracular do babalaô. Um tipo de corrente com oito metades de caroço de dendê, que jogados aleatoriamente resulta configurações em número de dezesseis e que em dois lances fornece 256 configurações chamadas odus. (PRANDI, 1991).

 

Ori = Cabeça, manteiga vegetal.

 

Obí = Noz de cola. Fruto de uma palmeira africana.

 

Orô = Cerimônia.

 

Olo = Senhor.

 

Orun = Céu.

 

Odú = Destino.

 

Odé = Caçador.

 

Ogâ = Responsável pelos atabaques e pelos toques (não entram em transe).

 

Ogum = Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.

 

Oxóssi = Orixá da caça e da fartura.

 

Obaluayê = Orixá das doenças epidérmicas e pragas.

 

Oxumaré = Orixá da chuva e do arco-íris.

 

Ossaim = Orixá das folhas, os remédios. Conhece o segredo de todas as folhas.

 

Oxum = Orixá dos rios, do ouro e amor.

 

Obá = Orixá feminino do Rio Oba. Rei.

 

Olorun = Deus supremo.

 

Oxalá = Orixá maior.

 

Oyo = Cidade do povo Yorubá.

 

Ojé = Sacerdote do culto de Egun ou Egungun.

 

Obe = Faca.

 

Odara = Bem, ser/estar bem.

 

 

 

P

 

Peji = Quarto onde ficam as representações materiais dos orixás, chamadas de ibás.

 

Pupa = Vermelho.

 

 

 

Q

 

Quizila = Tabu, implicância, interdição, indisposição em relação a algo ou alguém, conjunto de proibições.

 

 

 

R

 

Roda de santo = Círculo formado em ordem hierárquica para a dança no barracão e que o faz no sentido anti-horário.

 

Roncó = Clausura. Espaço reservado ao recolhimento dos iniciados.

 

Rum = O maior dos três atabaques; dança principal dos orixás; a saída, na iniciação, em que o orixá veste, pela primeira vez, suas roupas rituais e usa suas ferramentas.

 

 

 

S

 

Saída = Festa em que o iaô, após o período de recolhimento para a iniciação, sai pela primeira vez, apresentando-se publicamente à comunidade do povo-de-santo.

 

 

 

V

 

Virar no santo = Entrar em transe.

 

 

 

W

 

Wáji = Nome litúrgico do anil.

 

 

 

X

 

Xangô = Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.

 

Xirê = Ordem sequencial de cantigas para o orixá, cantada durante a festa; em iorubá significa dançar, brincar.