domingo, 25 de maio de 2008

Songò, Xangô...


SongòXangô, é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores, razão do que de sobra, para ser denominado, Deus da justiça.

Em sua dançá, o alujá , Xangô brande orgulhosamente seu oxé e assim que a cadência se acelera, ele faz um gesto de quem vai pegar num labá (sua bolsa) imaginário, as pedras de raio, e lançá-las sobre a terra.

Texto: Autor Fernando Oli. Perna
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Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
 
 
 
 
É o orixá das pedreiras, das terras áridas e das rochas. Seu elemento é o fogo, dominando também o raio e o trovão. O metal a que pertence é o cobre.

Sua ferramenta principal é o Oxé (machado de dois gumes), simbolizando a imparcialidade na hora da justiça.

Machado_medievalOs filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável.

É muito violento, mas nunca gratuitamente. Quando provocado, castiga seus inimigos sem piedade, sendo implacável nas guerras de conquista, atividade que exerce com maestria. Se for necessário, Xangô usa seus poderes de feitiçaria para destruir o inimigo.


XangôComo grande amante da justiça, é imparcial em suas ações, usando toda sua autoridade para resolver as mais difíceis questões, tarefa que ninguém gosta de fazer. Sempre podemos recorrer a ele quando nos defrontarmos com questões litigiosas ou problemas jurídicos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal.

O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada.

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade. Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá. Axé de Xangô são as pedras chamadas “Pedras de Raio”, meteoritos que é a força da natureza.

Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.

Xangô_Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá (Rei). No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.

Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.

Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo.

Texto: ...






sábado, 17 de maio de 2008

Ògún, Ogum...



Ogún data de tempos proto-históricos, é pré-histórico, violento e pioneiro; suas armas são primeiras de pedra, depois o ferro. Sua primogenitura converte-o em quase irmão gêmeo de Exú.

Deus da guerra, imagem arquetípica do soldado, Ogún é também o deus do ferro, da metalurgia. Do ferreiro ao cirurgião, todos os que utilizam instrumentos de ferro (e o aço por conseqüência) em seu trabalho:

Agricultores, caçadores, açougueiro, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e outros que juntaram-se ao grupo desde o início do século, mecânicos e motoristas; rendem homenagem à Ogún. Nesse sentido ele é o arquétipo da conquista da civilização humana, consolidada na idade do ferro. Orixá de personalidade violenta, obstinada, constante, viril, disciplinada, quando não rígida.

Na sua estreita relação, com a natureza humana, na qual é o regente dos "caminhos" no seu sentido de trabalho, oportunidades profissionais, e ao mesmo tempo "guardião" da casa.

O número sete é associado a Ogún e ele, é representado nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades.


Sua cor é o azul escuro, é o primeiro a ser saudado depois que Exú é "despachado" (ritual que antecede os Xirés - ocasião festiva, que as casas de candomblé, cantam para todos os orixás - que este tipo de exú, na sua forma negativa de maldoso, funcionando também como uma espécie de guardião do ritual, contra outros tipos de espíritos "não iluminados", não perturbe e não deixe, perturbarem o culto). É sempre Ogún que desfila na frente, "abrindo caminho" para os outros orixás (mais uma vez, a indicação da sua função de abrir caminhos), quando eles entram no Ilê nos dias de festa, manifestados e vestidos com suas roupas simbólicas.

Texto: Autor Fernando Oli. Perna.


Orixá da guerra, das batalhas, dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia.

Depois de Exú é o Ogum que está mais próximo dos homens.
Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, a faca, a foice, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a bigorna, a pá, etc.

Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos.

Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores e agricultores.


Fundamentos:

Senhor deus da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Dono do ferro e do aço. É dono do obé (faca) e por isso vem logo após o Bará, pois sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios.
 

Escudo_EspadaOs filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muitos exigentes na comida, no vestir, nem tampouco na moradia, com raras exceções. São amigos, camaradas, porém estão sempre envolvidos em demandas; divertidos, despertam interesses nas mulheres, mas não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.



Os filhos de Ogum são pessoas dinâmicas, honestas, responsáveis, procurando sempre fazer o melhor naquilo que lhe é confiado. Pessoas de gênio forte beirando as raias da violência.

Se envolvem facilmente em brigas e demandas, quando são contrariados.

Têm uma forte influência do "Odu Etaogunda".

Neste caminho de Odu (destino), é que nasceram a faca e todos os objetos de ferro. Por isso, Ogum está muito ligado a Etaogunda. Os filhos deste Odu, ou pessoas que estão sob a sua influência, devem agir sempre em conformidade com a justiça. Caso contrário terão dentro de si mesmo o seu maior inimigo. Este é o Odu da justiça."É o grande desafio do comportamento". Não tolera mentira, sendo implacável nestes casos...

É responsável pelas demandas jurídicas, juntamente com Xangô, pois para Ogum a justiça e a retidão são muito importantes. Ele não atua como o juiz que julga o certo e o errado, mas faz prevalecer o que é considerado certo.

Texto: ...