quarta-feira, 16 de agosto de 2017

GLOSSÁRIO - Iorubá



A

 

Abó = Liquido sagrado feito com ervas e ingredientes secretos, destinado a curas, banhos de purificação e cruzamentos de guias contra Kiumbas e banir todo tipo de vibrações perturbadoras.

 

Ade = Termo designado em especial os efeminados (nos candomblés) e genericamente; os homossexuais masculinos.

 

Abiã = Novato. Indivíduo que ainda não passou pela cerimônia de iniciação, propriamente dita; mas que já "deu" (realizou) o bori pré-iniciático.

 

Agibonã = Mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação.

 

Axogun = Ogã responsável pelo sacrifício dos animais. (não entram em transe).

 

Alagbê = Responsável pelos atabaques e pelos toques. (não entram em transe).

 

Adjá = Sineta ritual, com uma, duas, ou mais campânulas.

 

Amaci = Banho ritual, feito de ervas.

 

Ariaxé = Ponto central do barracão do terreiro, onde se encontram enterrados os "fundamentos" (folhas, pedras, objetos e símbolos mágicos).

 

Axé = Energia vital, sagrada, do orixá. Força espiritual. A força que está nos elementos da natureza, como animais, plantas, sementes e outros.

 

Agô = Permissão ou licença.

 

Ajeum = Comida oferecida.

 

Ayê = Terra.

 

Alá = Pano branco.

 

 

 

B

 

Babalawô = Pai do segredo. Sacerdote culto especialista em artes divinatórias. Homem sábio religioso dedicado a Mesa Ifá. 

 

Babá = Pai.

 

Babalorixá = Pai-de-santo.

 

Babakekerê = Pai pequeno, segundo sacerdote.

 

Balé = Espírito de morto; egun.

 

Barco = Conjunto de pessoas iniciadas no mesmo dia, pelo mesmo pai-de-santo, na mesma casa.

 

Bolar no santo = Forma preliminar e desordenada de transe que precede a iniciação.

 

Bori = Ritual de "dar comida à cabeça", realizado antes da iniciação e também quando é necessário fortalecê-la por alguma razão.

 

Brajá = Colar de contas feito de vários fios, truncado a certos intervalos conforme a numerologia dos orixás. É usado apenas por ebomis e símbolo de prestígio no candomblé. Também é chamado de elekê.

 

 

 

D

 

Decá = Espécie de autorização que legitima a senioridade, podendo o iniciado, a partir do seu recebimento, considerar-se um pai ou mãe-de-santo, estando apto a iniciar novos adeptos.

 

Dijina = Verdadeiro nome de um Orixá, mais exato do que seu nome exotérico.

 

 

 

E

 

Ewá = Orixá do Rio Ewá.

 

Exu = Orixá guardião dos templos, casas, cidades e das pessoas, mensageiro.

 

Egbomi = Pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).

 

Ekede ou Ajoiê = Camareira do Orixá (não entram em transe).

 

Egungun = Ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.

 

Egun = Morto; balé.

 

Ebó = Descarrego de más influências; limpeza espiritual.

 

Ebomi = Título de senioridade que se dá a quem já tenha dado a "obrigação" de sete anos.

 

Erê = Criança.

 

Ejé = Sangue.

 

 

 

F

 

Funfun = Branco.

 

Ferramentas = Insígnias que os orixás trazem nas mãos como símbolo de sua identidade mítica.

 

 

 

I

 

Iyá = Mãe.

 

Iyálorixá = Mae-de-santo. 

 

Ibá = Representação material do orixá da pessoa. Contem os otás (pedras onde é "fixado" o orixá) e os ferros que os representam. O assentamento também contém as insígnias principais dos orixás, moedas, búzios e os utensílios utilizados.

 

Ilá = Grito característico e identificador de cada orixá, sendo único para cada um.

 

Ilê = Casa, terreiro.

 

Iabá = Orixá feminino.

 

Iatebexê = Cargo feminino, geralmente dado a uma ekede, que tem como função cantar para os orixás, no barracão ou fora dele.

 

Iyakekerê = Mãe pequena, segunda sacerdotisa.

 

Iyalaxé = Cuida dos objetos ritual.

 

Iyabassê = Responsável pela preparação das comidas-de-santo.

 

Iaô = Filho-de-santo (que já incorpora Orixás).

 

Ifá ou Orunmila-Ifa = Ifá é o porta-voz de Orunmila. Orixá da Adivinhação e do destino.

 

Ifé = Cidade nigeriana e centro religioso dos Iorubás.

 

Ikú = Morte.

 

Iansã ou Oyá = Orixá dos ventos, relâmpagos, tempestade e do Rio Niger.

 

Iemanjá = Orixá dos mares e fertilidade.

 

Irôco = Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).

 

Iná = Fogo, luz.

 

 

K

 

kelê = Colar que se amarra ao pescoço do iaô durante a iniciação e que permanece assim por três meses, conhecidos como período de kelê.

 

Kiumbas = Espíritos perturbadores de pessoas mortas que foram más durante a vida, tais como assassinos, estupradores, impostores, etc. Com séria intenção de fazer o mal.

 

 

 

L

 

Logunedé = Orixá jovem da caça e da pesca.

 

 

 

M

 

Màrìwò = As folhas desfiadas do dendezeiro que guarnecem as entradas de uma casa-de-santo contra os egún.

 

 

 

N

 

Nação = Rito religioso identificado às práticas das etnias de origem africana que foram trazidas ao Brasil.

 

Nanã = Orixá dos pântanos e morte.

 

 

 

O

 

Obrigação = nome que se dá às confirmações da iniciação (de dois em dois anos, existindo obrigação de 1,3,5,7 anos e, depois, quando se tiver condições de dar).

 

Omi = água.

 

Omó = filho.

 

Opelê ifá = Instrumento oracular do babalaô. Um tipo de corrente com oito metades de caroço de dendê, que jogados aleatoriamente resulta configurações em número de dezesseis e que em dois lances fornece 256 configurações chamadas odus. (PRANDI, 1991).

 

Ori = Cabeça, manteiga vegetal.

 

Obí = Noz de cola. Fruto de uma palmeira africana.

 

Orô = Cerimônia.

 

Olo = Senhor.

 

Orun = Céu.

 

Odú = Destino.

 

Odé = Caçador.

 

Ogâ = Responsável pelos atabaques e pelos toques (não entram em transe).

 

Ogum = Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.

 

Oxóssi = Orixá da caça e da fartura.

 

Obaluayê = Orixá das doenças epidérmicas e pragas.

 

Oxumaré = Orixá da chuva e do arco-íris.

 

Ossaim = Orixá das folhas, os remédios. Conhece o segredo de todas as folhas.

 

Oxum = Orixá dos rios, do ouro e amor.

 

Obá = Orixá feminino do Rio Oba. Rei.

 

Olorun = Deus supremo.

 

Oxalá = Orixá maior.

 

Oyo = Cidade do povo Yorubá.

 

Ojé = Sacerdote do culto de Egun ou Egungun.

 

Obe = Faca.

 

Odara = Bem, ser/estar bem.

 

 

 

P

 

Peji = Quarto onde ficam as representações materiais dos orixás, chamadas de ibás.

 

Pupa = Vermelho.

 

 

 

Q

 

Quizila = Tabu, implicância, interdição, indisposição em relação a algo ou alguém, conjunto de proibições.

 

 

 

R

 

Roda de santo = Círculo formado em ordem hierárquica para a dança no barracão e que o faz no sentido anti-horário.

 

Roncó = Clausura. Espaço reservado ao recolhimento dos iniciados.

 

Rum = O maior dos três atabaques; dança principal dos orixás; a saída, na iniciação, em que o orixá veste, pela primeira vez, suas roupas rituais e usa suas ferramentas.

 

 

 

S

 

Saída = Festa em que o iaô, após o período de recolhimento para a iniciação, sai pela primeira vez, apresentando-se publicamente à comunidade do povo-de-santo.

 

 

 

V

 

Virar no santo = Entrar em transe.

 

 

 

W

 

Wáji = Nome litúrgico do anil.

 

 

 

X

 

Xangô = Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.

 

Xirê = Ordem sequencial de cantigas para o orixá, cantada durante a festa; em iorubá significa dançar, brincar.

 

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Iorubás e Orixás.


Os Iorubás eram capazes de perceber muitas coisas que o nosso planeta está mostrando para nós e que não somos capazes de ver. Eles podiam facilmente observar que o mundo está vivo, que tem movimento e que tudo nele está relacionado. Eles entendiam as influências entre as coisas e para eles estava claro que nada escapa a uma inteligência superior, que nós procedemos dela e que algum dia voltaremos a ela.

Eles reconheceram na natureza sua excelente mãe e aprenderam a amá-la e a respeitá-la. Eles sabiam que, sem esse amor e respeito, os erros e falhas aconteceriam no conselho energético geral. Isto provocaria todo o tipo de desastres, não só para a vida neste planeta mas também para toda vida em toda parte, vida que está toda interligada. Em seu pensamento religioso e místico, prevalecia a atitude de que tudo é energia, de que o espírito universal é semelhante a ela e que ela é encontrada em toda parte.

O antigo povo Iorubá também tinha uma concepção tripartida, uma idéia que para nós se assemelharia à Santíssima Trindade. Eles acreditavam num princípio universal, intocável, inalcançável, quase impossível de conceber por causa do seu grande poder e presença, abraçando todas as coisas, capaz de fundir todas elas em si mesmo. Chamavam esta energia de Olodumaré, Olorum (o princípio dos princípios) gerado por três partes, essências ou energias isoladas, que recebiam os nomes de Nzame, Baba Nkwa e Olofi.

Este princípio criou o Universo e tudo o que nele existe; mas era necessário haver uma certa forma de existência formada da mesma matéria que governaria o planeta Terra. Tomando essa mesma densidade de energia, eles criaram o primeiro homem e lhe deram liberdade, inteligência e perfeição física. Eles o chamaram de Omo Oba. Orgulhando-se dos seus próprios atributos, o homem perdeu sua luz espiritual e parou de vibrar na mesma intensidade da fonte criadora. A partir desse momento, portanto, ele viveu no interior da Terra.

Orum, o outro mundo, é regido por Olodumaré, também chamado Eleda, Olorum, Odumaré ou Eleemi, criador de tudo. Ele fornece energia para todos os seres vivos, insuflando a força de tudo o que existe e regendo todo o Cosmos desde o Hemisfério Superior.

Ayê, o Mundo das coisas vivas, é ligado a Orum, por algumas vezes receber do Mundo Eterno e Superior toda sorte de comunicação possível.

Texto: Zolrak.



Os Orixás na linguagem Iorubá, dentro do panteão africano são energias ou forças divinizadas da natureza, criadas por Olorun (Olo = senhor; orun = espaço celeste); para cada um reger determinado setor da natureza provenientes dos elementos fogo, terra, ar, água e paralelamente um setor da natureza humana. 
  
Exercem a função de intermediários entre o criador e criatura.


 Os orixás participam e estão relacionados com tudo em nossas vidas, tanto materialmente como espiritualmente.
A cada orixá, as qualidades variam de acordo com a nação (kêtu, ijexá, gêgê, angola, fon, etc.)

Texto: L.A..


Estes Orixás incorporam alguns de seus escolhidos no transe, mas isto não acontece com todos aqueles a quem eles elegem como filhos. Alguns jamais entram em transe, o que não significa que não tenham seu orixá pessoal. Um orixá escolhe alguém como seu filho quando este nasce e sua escolha implica marcas na vida, no corpo e na personalidade do eleito.

A força benigna que um orixá possui e que ele transmite ou nega, é chamada de Axé.
A palavra axé é rica de significados, todos eles podendo ser resumidos como energia vital, força sagrada.


Cada orixá se "desdobra" em diferentes "qualidades", que são associadas aos vários mitos do candomblé.


Por exemplo:
Ogum pode ser Ogum Onirê, qualidade que se relaciona ao momento do mito em que ele chega à cidade de Irê e vive um episódio de fúria e de glória. As qualidades podem também se referir às características da força da natureza que cada orixá representa. Cada orixá tem ainda seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos, horários e tabus (chamados de eós ou quizilas).

Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravidão, cada orixá foi também associado a um santo católico. Alguns estudiosos afirmam que este processo se deu em razão da imposição do catolicismo aos negros que, para manterem seus deuses vivos, viram-se obrigados a "escondê-los" sob o disfarce dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.

Texto: Axé Ilê Obá


"NOSSO ORIXÁ É O ELEMENTO DE LIGAÇÃO ENTRE NÓS E OXALÁ"

Há que se separar sempre, duas situações dos Orixás: o histórico (com todas suas lendas) e o divinizado, para que não se caia, em profunda confusão...

Existe uma subdivisão, entre os orixás, que os diferencia e identifica, de uma forma mais individual, mesmo dentro do seu grupo, que é denominado "qualidade" do orixá, cabe uma explicação mais aprofundada; cada pessoa tem um orixá individual, único e exclusivo, não existem dois orixás iguais em toda terra, e todos possuímos, o que chamamos de "cuia' , formada por sete orixás, sendo um principal, chamado de "frente" - o dono do Orí - , o segundo "ajuntó", os demais: "proteção", "carrego", "alicerce" e "cumieira". A cada orixá, as qualidades variam de acordo com a nação que se pratica (kêto, gêge, angola, ijexá, fon...), essas qualidades exprimem situações desses orixás, que podem ser, títulos honoríficos (caso de Xangô), tipos de animais, lugares, situações, formas ... os sete orixás que formam a "cuia" de cada pessoa, com as suas mais diversas qualidades, formam entre si, uma combinação matemática, quase que infinita, o que propicia a cada indivíduo, um orixá único, sem outro igual.

A título de exemplo, pegamos uma pessoa que tenha como 1º santo Xangô Aganjú, e ajuntó Oyá Igbalè; para haver um outro com esses dois orixás nesta ordem e qualidades não é difícil, mas que toda a "cuia" coincida, já é muito difícil, mas que todos seus orixás do 1º ao 7º coincidam, a ainda com todas as qualidades exatamente iguais, é totalmente impossível, em algum dos orixás que compõem sua "cuia" haverá no mínimo uma diferença que seja da "qualidade". A determinação desta "qualidade" varia também de casa para casa, particularmente a defino, muito em função do "ajuntó" e sucessivamente; bem como sou adepto, que cada pessoa deva ter como 1º e 2º orixá um "pai" e uma "mãe" ou vice-versa, não como regra, mas como equilíbrio, como tudo na natureza, pelo que permeia as religiões, quer sejam a lógica e o bom senso, e ainda as respostas e formações que o jogo de búzios, pela sua forma de leitura por odú e com "sincas", mostra em sua grande maioria.

"Terá Orixá forte quem deixar seu Orixá forte através da conduta e obrigação ritualística."

Texto: Fernando Oli. Perna.



 
 




domingo, 17 de agosto de 2008

Òsóòsi, Oxóssi...

Odé
É o orixá caçador, que vive nas florestas e nas terras verdes não cultivadas. Está associado à lua e à noite, por ser o melhor momento para a caça. Sua técnica consiste em esperar, pacientemente, a preza aproximar-se para, então, deferir seu tiro certeiro.

Odé tem como missão trazer caça para todos os povos do mundo. A caça simboliza o alimento necessário para a sobrevivência das espécies e, também, a busca de novos caminhos para o desenvolvimento.

A atividade de caçador sempre foi considerada pioneira e muito importante, trazendo para seus integrantes uma posição de destaque entre os seus. Devido à sua principal atividade, Odé permanece muito tempo isolado, concentrando-se totalmente na tarefa que está desempenhando.

Sua principal ferramenta é o ofá (arco) e a flecha, muito utilizados em sua arte. Outra ferramenta importante é o erukerê (objeto sagrado feito com o rabo de búfalo), utilizado, especialmente, para a magia. Seus poderes mágicos são muito importantes, através dos quais os caçadores enfrentam os seres encantados que habitam as florestas. O erukerê, que é detentor de "axé", também serve para espalhar a fertilidade pelo mundo.

Oxóssi Odé também é reverenciado durante os rituais de colheita e de fertilização do solo.
O arquétipo de Oxóssi é o das pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento. São pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.

A determinação e a paciência para guardar o momento certo de agir, fazem parte da sua personalidade.
É um orixá de pessoas presas ao cotidiano e de homens comuns, que não sonham muito. Alguns filhos desse orixá possuem muita criatividade e dons artísticos.

Texto: web page FIETRECA


Orixá das matas, da caça e da fartura.

Senhor das florestas seu habitat natural, onde vive e caça. É a divindade da harmonia e do equilíbrio ecológico, protege os caçadores e a caça ao mesmo tempo, não permite a caça predatória. Aceita somente a busca do alimento.

Caçador Está associado com a vida ao ar livre e com os elementos da natureza. Como bom caçador, é solitário e individualista. Mas não dispensa das pessoas no convívio social e nunca vive sem um grande amor.

Arquétipos: Solitários, no trabalho exigem silêncio e concentração. Observadores e joviais, ágeis e espertos, estão sempre atentos. Seus objetivos estão em primeiro lugar, são lideres e independentes ao mesmo tempo que são pacientes com as pessoas, são rápidos e espontâneos nas ações. Comunicativos e ordeiros, amantes e sonhadores, no fundo são pessoas românticas e vaidosas, que passam por esnobes e exibicionistas e que necessitam do convívio social para exercitar suas qualidades de liderança.

Texto: web page Portal Orixás


Guerreiro destemido, viril e aventureiro, senhor das matas e dos espíritos da floresta.
O x ó s s i Modesto, um filho de Oxóssi, como o pai, jamais tentará fazer sua opinião prevalecer, tampouco, se considerará sábio, apesar do vasto conhecimento adquirido graças à sua intensa atividade intelectual.

Refinado, tem bom gosto, o que confere elegância e nobreza a seu charme natural. Essa fineza quase aristocrática, no entanto, pode muitas vezes levar à impressão de se estar diante de alguém sem interesse nem entusiasmo, não poderia haver engano maior. Oxóssi é cheio de iniciativa e sabe o que quer.

Sua franqueza, no entanto, chega a ser constrangedora. Ele não tem jogo de cintura e não se incomoda com isso. Não faz questão de ser hábil no trabalho com as pessoas. O que lhe importa é a sinceridade, a verdade, custe o que custar e doa a quem doer.
Òshóssi
Indomável, ele conquista o coração das mulheres, mas mostra-se indiferente às investidas amorosas, pois, é que Oxóssi acredita no amor estável, por isso, só quando ama revela sua face de amante sincero e dedicado.

Texto: by Pierre Verger 

Grande protetor da agricultura, possui muita afinidade com Oxum.
No curso das danças em louvor a Oxóssi, seus adeptos imitam o gesto de um caçador perseguindo a caça, e o tiro de arco.
Na África, na sua indumentária, usam chifres de touro selvagem, os quais no Brasil, são substituídos por chifres de touro Marajó.
Do som dos chifres, ressoando, se dá a comunicação entre o Aiyê e Orum (terra e céu). O seu efeito é para o ritual do culto dirigido a Odé, onde os
africanos se expressam desta forma: “Senhor, escute minha voz.”


CouroOxóssi, deus das florestas, onde habitam todas as espécies de caça e das matas, onde são colhidas as ervas, folhas e raízes que fazem parte do ritual litúrgico.
Das forças das matas se obtém uma energia cósmica que envolve cada ser que nela habita e proporciona ao humano o equilíbrio benéfico de suas virtudes. Estas são extraídas das folhas, em contato direto com a água, como se fosse um bálsamo que transmite a paz e a saúde.

Texto: Dalva da Oxum







 
 

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Obaluayê, Xapanã, Omolú...

Obaluayê


Obaluayê é um ebora primordial e assim associado à criação e considerado como o grande regente do planeta.
A terra, no sentido mais amplo da palavra, é sua matéria de origem, sobre a qual detém o poder e domínio absoluto.

A terra é uma unidade cósmica, viva e ativa. Ela é o fundamento de todas as manifestações. Tudo o que compõe a terra, ou seja, sua extensão, a variedade de seu relevo e da vegetação que nela cresce, enfim, tudo o que está sobre a terra está em conjunto e constitui uma grande unidade.

A terra encontra-se no começo e no fim de toda a vida. Toda a forma nasce dela, viva, e retorna para ela no momento em que a parte de vida que lhe tinha sido concedida se esgotou. Obaluayê está relacionado a terra e à tudo o que dela advém, ao retorno, ao pó, à transformação, à regeneração, ao renascimento, pois é sabido que "tudo o que sai da terra é dotado de vida e tudo o que volta para a terra é de novo provido de vida".

OmolúEsse orixá, senhor das doenças e da morte; está ligado ao elemento terra, sendo detentor de seus segredos. Tem, também, ligação com as árvores e com os espíritos que as habitam.
Todos o temem, por enviar as doenças, muitas vezes, como castigo ou como desígnios divinos para uma renovação da vida. Da mesma forma que ele traz as enfermidades (como lepra, peste, eczemas, varíola, malária, etc; que provocam alteração na temperatura corporal), traz também a cura para elas.
Obaluayê usa seu xaxará para limpar a Terra de todas as doenças e pragas. Seu principal símbolo é o xaxará. Ele também usa um longo cajado, onde se prendem as três cabaças que contêm os segredos da criação.

Obaluayê tem um grande poder sobre os eguns (espíritos desencarnados) e ancestrais, controlando-os com seu xaxará. Ele é um ser tão misterioso quanto a própria morte, com a qual tem uma íntima ligação. Conhece todos os seus segredos, sendo muitas vezes confundido com Ikú, o senhor da morte.

Omulú é quem faz a limpeza do corpo logo após a morte, permitindo, assim, que as pessoas falecidas se desprendam desse plano de existência. Por esse motivo, é denominado "o senhor das coisas pútridas."

O b a l u a y ê
Na África, ele é venerado e temido por seus desígnios, sendo considerado uma figura repressora e perigosa, que pode trazer facilmente a morte, mas, por outro lado, é o grande redentor de todas as mazelas que atingem os seres humanos. Ele é cultuado e adorado com todo o respeito, evitando-se, inclusive, pronunciar seu nome sem um motivo real.
As vestes desse vodun são muito especiais e de extrema importância para o seu culto. Suas sacerdotisas ou noviços vestem-se com palhas da costa, não deixando transparecer nenhum detalhe de seu corpo. São figuras misteriosas e austeras, que escondem os segredos da reciclagem da vida.
Os desígnios de Obaluayê nos fazem refletir sobre o valor da vida humana e o quanto ela é frágil. Infelizmente, o ser humano só dá valor ao que tem quando está perdendo, como a saúde, por exemplo.

Orixá da terra, senhor das doenças, da morte, das coisas pútridas
 
O m o l ú

Os filhos de Obaluayê, são pessoas que ocultam sua individualidade sob uma máscara de austeridade. Têm muita dificuldade em se relacionar, pois são muito fechados e de pouca conversa.
 
Geralmente apaixonam-se por pessoas totalmente diferentes de si próprias, isto é, por figuras extrovertidas e sensuais. Gostam de ver o ser amado brilhar, embora o invejem.
A solidão é muito peculiar a essas pessoas, devido à sua própria personalidade.

Não se sentem satisfeitos quando a vida corre normalmente, precisam mostrar seu sofrimento, exagerando, muitas vezes, nesse tipo de comportamento.
Os filhos de Obaluayê são irônicos, secos e diretos. Não são pessoas de levar desaforos para casa e nem de falar pelas costas. Odeiam fofocas e vulgaridades do gênero. São pessoas firmes e decididas, que lutam para conseguir seus objetivos. Geralmente, não sentem medo da morte, pois, no fundo de seu ser, compreendem que ela é apenas uma renovação. 

Obaluayê_
Os descendentes desse orixá são muito independentes e têm a necessidade de crescer com suas próprias forças e recursos. Apresentam pouco brilho em seu rosto e um semblante sério, com raros momentos de descontração. Parece que eles carregam, sobre os ombros, todo o sofrimento do mundo. Adoram fazer caridade e aliviar o sofrimento das pessoas. Os filhos de Obaluayê têm muita afinidade com profissões ligadas à área médica.Muitas dessas pessoas, devido à influência do seu orixá, que comanda os eguns, podem ter experiências sobrenaturais, como visões, sonhos, etc.

Uma característica negativa, que pode aparecer nos filhos de Obaluayê, é o masoquismo.

Texto: web page FIETRECA


Caurís


Obaluaiyê quer dizer "rei e dono da terra", sua veste é palha e esconde o segredo da vida e da morte. Está relacionado à terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol - calor que lembra a febre das doenças infecto-contagiosas.
Domina completamente as doenças que rege. Ao mesmo tempo em que as causa, tem poder de cura sobre elas. Nunca estão totalmente satisfeitos, sempre querem mais... Mesmo quando acham que tudo está contra eles, persistem em seus propósitos. Para os filhos de obaluaiyê importam os fins, não os meios.

Texto: web page Portal Orixás



Xapanã
Sua dança o opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come) dança curvado para frente, como que atormentado por dores, coceiras e tremores de febre.

O xaxará (espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas), em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais.
Suas contas como Omolú, são vermelho, preto e branco; como Obaluayê, o preto e branco; como Xapanã, o preto e vermelho. Também usa o lagidibá (seu colar ritual feito de pequenos discos preto de chifre de búfalo cortado em rodelinhas), é usado para proteger de doenças e tem uma conotação de grau hierárquico. Faz muito uso dos cauris (búzios) em seu brajá (colar de búzios) e nos paramentos.
Suas quizilas (proibições) mudam de casa para casa, e de nação para nação...

Texto: Fernando Oli. Perna


 





C a u r í s