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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Deus, Olorum e Oxalá...

A criação

Os Iorubás eram capazes de perceber muitas coisas que o nosso planeta está mostrando para nós e que não somos capazes de ver. Eles podiam facilmente observar que o mundo está vivo, que tem movimento, e que tudo nele está relacionado. Eles entendiam as influências entre as coisas, e para eles estava claro que nada escapa a uma inteligência superior, que nós procedemos dela e que algum dia voltaremos a ela.

Eles reconheceram na natureza sua excelente mãe e aprenderam a amá-la e a respeitá-la. Eles sabiam que, sem esse amor e respeito, os erros e falhas aconteceriam no conselho energético geral. Isto provocaria todo o tipo de desastres, não só para a vida neste planeta mas também para toda vida em toda parte, vida que está toda interligada. Em seu pensamento religioso e místico, prevalecia a atitude de que tudo é energia, de que o espírito universal é semelhante a ela e que ela é encontrada em toda parte.

Olorum
O antigo povo Iorubá também tinha uma concepção tripartida, uma idéia que para nós se assemelharia à Santíssima Trindade. Eles acreditavam num princípio universal, intocável, inalcançável, quase impossível de conceber por causa do seu grande poder e presença, abraçando todas as coisas, capaz de fundir todas elas em si mesmo. Chamavam esta energia de Olodumaré, Olorum (o princípio dos princípios) gerado por três partes, essências ou energias isoladas, que recebiam os nomes de Nzame, Baba Nkwa e Olofi.

Este princípio criou o Universo e tudo o que nele existe – mas era necessário haver uma certa forma de existência formada da mesma matéria que governaria o planeta Terra. Tomando essa mesma densidade de energia, eles criaram o primeiro homem e lhe deram liberdade, inteligência e perfeição física. Eles o chamaram de Omo Oba. Orgulhando-se dos seus próprios atributos, o homem perdeu sua luz espiritual e parou de vibrar na mesma intensidade da fonte criadora. A partir desse momento, portanto, ele viveu no interior da Terra.

Orum, o outro mundo, é regido por Olodumaré, também chamado Eleda, Olorum, Odumaré ou Eleemi, criador de tudo. Ele fornece energia para todos os seres vivos, insuflando a força de tudo o que existe e regendo todo o Cosmos desde o Hemisfério Superior.
Ayê, o Mundo das coisas vivas, é ligado a Orum, por algumas vezes receber dos Mundos Eternos e Superior toda sorte de comunicação possível.

by Zolrak.


Oxalufã
Oxalá – Oxalufã e Oxaguiã ou
Adjagunã – o maior de todos os
orixás, tradição religiosa da maior
importância entre os cultos
africanos. Apresenta-se, ora como o
velho Oxalufã, alquebrado, friorento,
trôpego, apoiando ao seu bastão
(paxorô), ora como o novo, o moço
 Oxaguiã, desempenado, altivo, guerreiro, empunhando a espada e um pilão de metal branco de duas bocas. É conhecido como Oulissa dos geges, Cassumbecá em Angola e Ganga-zumba dos Cambindas.


OxaguianSua festa maior, em todas as casas de culto, levam o nome de “As águas de Oxalá” que é o início do ano litúrgico nas tradições culto e cultura dos orixás, esta tradição tem mais de cinco mil anos A.C., revivescência da tradição africana da viagem de Oxalá ao reino de seu filho Xangô. Na África é chamado de Obatalá (Senhor da Roupa Branca).

Aqui entre nós foi chamado de Orixalá (orixá-nlá, orixá maior) e depois, pela forma sincopada de Oxalá. Simboliza “um elemento fundamental do começo dos começos”, massa de água e massa de ar, um dos elementos que deram origem a novas formas de existência – a protoforma e a formação de todos os tipos de criaturas, na terra (ayê) ou no céu (orun).

Os vivos e os mortos, os dois planos da existência, são controlados pelo axé de Orixalá. O alá, grande pano branco, é o seu emblema e embaixo dele é que abriga a vida e a morte. Um dos ritos do círculo litúrgico de Oxalá consiste em estender um longo pano imaculado, sustentado por cima das cabeças dos participantes, que caminham cantando e dançando numa procissão ritual. O gesto simboliza o ato através do qual seus filhos se colocam sob a proteção do grande orixá funfun (orixá branco). Ele está associado à calma, à unidade, ao repouso ao silêncio, à paz, tranqüilidade e amor.

Texto: Mãe Sylvia de Oxalá.